quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Mulheres no Rock


Quem diria, as mulheres dominando o mundo do rock. Lógico que o termo “dominar” é muito primário, elas têm sua contribuição sim, e fazem de seu corpo, seu instrumento (literalmente).
Algumas roqueiras aproveitam sua feminidade como ato sexual. A beleza é uma das grandes armas destas musas. Valquírias do rock, às vezes doces, outras vezes cuspindo fogo.
Elas são, literalmente, a pureza desta música pesada, revoltada e mais ainda, machista.
Desde Janis Joplin a mulher mais roqueira de todos os tempos, elas vêm ganhando seu espaço. Patti Smith e Siouxsie Sioux, musas dos punks, rebeldes ou apenas simples mulheres do sexo frágil?
Wendy O. William, outra punk, da banda Plasmatics, usou de atos sexuais explícitos no palco, o sexo foi seu principal instrumento.
Pat Benatar, Chryssie Hynde, Nina Hagen são o inverso, preocupadas em fazer apenas música, elas agradam o público com suas belas vozes, ao contrário de Debbie Harry, do Blondie, que além de uma bela voz, tem uma beleza muito inspiradora. As garotas da banda new wave Go Go’s e as metaleiras do Girlschool são as irrequietas, rebeldes de mentirinha em comparação as pornográficas e irreverentes Runaways de Joan Jett e Lita Ford, que após o término da banda, parecem ter seguido uma carreira solo muito tranqüila, principalmente Lita Ford que se casou mais tarde com Tony Iommi, do Black Sabbath. As Runaways, quem sabe foram a principal banda, precursora, mas que sua história foi fadada mais ao esquema de seu produtor, exigindo muito mais delas que sua própria música.
As garotas do Girlschool tiveram sorte e uma proeza invejável nos anos 80, excursionaram com uma das bandas mais machista e radical do planeta, o Motorhead.
Da safra grunge, a cria foi L7, que também se aproveita do corpo, fazendo striptease nos shows. A banda tem uma qualidade muito grande e um som bem pesado. Vixen, também feminina, conta com belíssimas louras desfrutando seus instrumentos como desfrutam de apetrechos eróticos.
O charme e beleza de Suzy Quatro fizeram-na uma das mais sensuais roqueiras nos anos 70, sem esquecer que foi fonte inspiradora para a música Suzie Q, sucesso com o Creedence Clearwater Revival. Sem esquecer da voz de Joan Baez em Woodstock. Kate Bush também reviveu a glória dos anos 70. E a nossa Rita Lee, ovelha negra dos também anos 70 que sobreviveu a fúria machista brasileira e hoje é musa de uma geração roqueira, mas que mal sabem quem, na verdade, foi a mutante do rock.
Mutação que a safra dos anos 90 sofreu, principalmente na segunda metade, quando estouraram as bandas progressivas, doom, ghotic metal, etc., caso de Anneke do holandês The Gathering, Tarja, do Nightwish, da Finlândia, Cristina, Lacuna Coil, da Itália, Vibeke Stene, do grande Tristania, da Noruega e “do mundo” o Sinergy, com Kimberly Gross. Estas são algumas das muitas bandas com vocais femininos que hoje rodam os palcos do mundo e colocam, como princípio, seus cantos com influências líricas, o que consiste, principalmente, em muito estudo e, principalmente, competência. 
As garotas do Volkana (Brasília?) e Ozone, duas bandas da geração 80/90, de heavy metal à frente do movimento feminino no Brasil. Não têm o porte profissional das estrangeiras, mas é a mulher ocupando o seu espaço.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

AC/DC muito mais que uma banda



     Conheci o AC/DC ainda na época do Bon Scott, bem no finalzinho de sua vida, a banda ainda estava no auge da glória com Highway to Hell, primeira vez que escutei o AC/DC foi mais ou menos fim de 1979 inicio de 1980, foi quando o heavy metal pegou fogo... 1980!
Primeiro disco que escutei não me lembro se foi o Powerage ou o Dirty Deeds  Done Dirt Cheap. Mas o primeiro que comprei lembro claramente: If You Want Blood (You´ve Got It), fiquei entre este e o High Voltage, mas a capa me chamou mais a atenção e o High Voltage comprei acho que uma semana depois.
     Os irmãos Young (nascidos na Escócia) vieram da Austrália onde já tocavam em bandas de blues, mas a banda de seu irmão mais velho, George, fazia um certo sucesso, chegando a tocar até fora da Austrália. Isso fez com que seus irmãos mais novos, Malcolm e Angus (Malcolm é 2 anos mais velho que Angus) tivessem o sonho de ser “rockstar”. Angus e Malcolm montaram a banda, mas com algumas mudanças na formação. O AC/DC pegou corpo mesmo em 1973, mas o lance mesmo foi com a formação que gravou o primeiro, uma única questão foi a do vocalista Bon Scott que antes de entrar para o AC/DC, foi cantor de algumas bandas undergrounds e dirigia pequenos caminhões e vãs, substituiu Dave Evans.
     Desde esta época Angus já usava uniforme escolar, uma forma irônica de protestar contra todos aqueles professores e diretores que o chateavam na escola, idéia de sua irmã, Margaret, que era costureira e também foi de sua máquina de costura que saiu o nome, grafado na madeira da máquina.
     Ao lançar High Voltage na Austrália em 1975, o AC/DC além dos irmãos Young e o vocalista Bon Scott, completavam a banda Phil Rudd, na bateria e Mark Evans, baixista. O AC/DC inicia uma epopéia clássica de seus magníficos discos, seu show e sua performance ao vivo, é uma banda que difícil não gostar, independente do estilo, é uma banda maio que Iron Maiden, todos amam, caso contrário de bandas como Kiss, que ama ou odeia. Mas voltando ao High Voltage, a versão australiana é diferente de outros países, ao lançar seu segundo disco, em 1976, TNT, além de se mudarem para Londres, a banda lança no mercado internacional o álbum High Voltage, mas uma compilação dos dois discos lançados na Austrália (mais tarde o EP ´74 Jailbreaker contém músicas que não saíram na versão australiana de High Voltage).
     Em 1976, já na Inglaterra, assinam com a Atlantic Records e saem como banda de apoio de diversas bandas como Black Sabbath, Kiss, Blue Oyster Cult. Neste mesmo ano eles lançam seu terceiro disco, Dirt Deeds Done Dirt Cheap, a versão australiana tem a música Jailbreaker. Além da faixa título, sucessos como Rocker e Problem Child.
     Let There be Rock foi o disco de 1977 e um dos melhores do AC/DC,  a diferença da versão australiana é que havia a música Crabsody in Blue, substituída por Problem Child, do disco anterior. Este disco deu nome para o filme de 1980. Há grandes músicas como Whole Lotta Rosie, Hell Bad Ain´t a Bad Place To Be, Let There Be Rock, Go Down, entre outras.  Este disco marca a saída do baixista Mark Evans e a entrada do Cliff Williams.
     O próximo disco foi Powerage de 1978 e o primeiro ao vivo If You Want Blood (You´ve Got It) no mesmo ano, trazendo o que o AC/DC tinha de melhor. Faixas como High Voltage, Let There Be Rock, Rocker, Whole Lotta Rosie, The Jack, Problem Child entre outras. Como disse no inicio, foi meu primeiro disco do AC/DC, a capa é uma obra, Angus Young perfurado por sua guitarra, enquanto Bon canta, atrás dele, na contra capa apenas Angus caído com o braço da guitarra entre sangue.
     Desde esta época Angus já saia do palco direto para as bombas de oxigênio devido  a sua movimentação de palco.
     Com a gravação de seu novo disco, Highway to Hell, a banda finalmente consegue status de grande banda, com novo produtor, Robert Mutt Lange. Alcançando o Top 100 da América. Highway to Hell, Touch to Much, Shot Down in Flames são algumas das melhores  do disco.
     Mas a Estrada do rock prega peças e numa noite de bebedeira, Bon Scott é encontrado morto no carro de um amigo, sufocado pelo próprio vomito, 19 de fevereiro de 1980, o mundo perdeu um de seus mais carismáticos vocalistas. Bon era daquele sujeito simpático que conversava com todos e bebia em qualquer lugar que tivesse uma boa conversa. Isso quebrou a banda que pensou em dissolver-se, tentaram diversos vocalistas, lembro-me da hipótese do vocalista do Krokus Marc Storace substituí-lo, devido a semelhança vocal,  mas quando lembraram que o próprio Bon havia assistido ao show de uma banda chamada Geordie, no qual tinha um vocalista que se contorcia muito no palco e que cantava forçando muito a voz. Este cantor chamava-se Brian Johnson, vocalista da banda até os dias de hoje, e ele se contorcia no palco, segundo ele próprio, porque estava com muitas dores nos rins.
     Como resolveram seguir em frente e a dor era grande nada como homenagear seu antigo cantor com um dos maiores clássicos da música pesada: Back in Black, lançado em 1980. Clássicos como Hells Bells (incluiram um enorme sino para as badaladas de introdução, lembro-me que no Rock in Rio 1, tiveram problemas com o Whitesnake que se recusava a tocar com aquele sino escrito AC/DC sobre suas cabeças), Back in Black, Rock ´n` Roll Ain´t Noise Pollution, You Shook Me All Night Long.  Back in Black, hoje, já vendeu quase 50 milhões de discos em todo o mundo. A capa toda preta com o logo da banda  e o nome do disco todo em preto salientes.
     Em seguida, 1981, novo disco é lançado, For Those About to Rock (We Salute You) e na turnê dois canhões foram usados para a música título, além de sucessos como Let´s Get It Up,  I Put The Finger on You. A capa dupla, com foto da banda tocando deu um charme ao trabalho, além da capa simples com logo e o canhão na frente.
     Após, mais uma baixa, devido ao alcoolismo e uso freqüente de drogas, Phil Rudd é despedido, em seu lugar entra Simon Wright, em 1983, ano do lançamento de mais um disco, o nada inspirado Flick of the Switch. A crítica cai de pau, dizendo que a banda estava muito repetitiva e que seus discos se pareciam muito, mesmo assim chegou ao quarto lugar no Reino Unido.
     Neste intervalo, na turnê do disco a banda se apresenta no primeiro Rock in Rio, em 1985. Primeira vez que a banda se apresenta na América do Sul.
     No meio deste ano, lança Fly On The Wall, que mostra-se pouco inspirado novamente e é um dos discos do AC/DC que menos vendeu. Porém, este disco foi produzido pelos irmãos Young.
     Em 1986 o AC/DC lança uma coletânea com quatro músicas inéditas. Como são amigos do escritor Stephen King, este mostra interesse em colocar a banda na trilha sonora do filme Maximun Overdrive, este disco tem algo incomum também ao AC/DC, 2 músicas instrumentais.
     Em 1988 novo disco, Blow Up Your Video, e a produção volta àquela que originou a banda: Wanda & Young. Este disco foi considerado um tanto quanto comercial e vendeu mais que o dobro dos dois últimos trabalhos.
     Na turnê de lançamento, em 1989, Simon Wright troca a banda dos irmãos Young pela banda de Dio e quem assume o posto é Chris Slade, que recentemente havia tocado no The Firm, de Jimmy Page e no Uriah Heep.
     O álbum Razors Edge, lançado em 1990, volta a ter sucessos como Thundestruck e Moneytalks.
     Apenas nos EUA o álbum vende cerca de 5 milhões de cópias. O disco Live (1992) tem a gravação na turnê de lançamento de Razors Edge.
     Em 1994 Phil Rudd volta a banda, a convite dos irmãos, e no ano seguinte lançam Ballbreaker, a turnê mundial deste disco serve de base para o lançamento do DVD No Bull, em 1996, quando a banda passa novamente pelo Brasil, desta vez em São Paulo, no estádio do Pacaembu e tocam para mais de 35 mil pessoas.
     Stiff Upper Lip é lançado em 2000 e na versão australiana o cd vem com bônus de três vídeos e a gravação do DVD em Madrid. O disco ficou entre os cinco primeiros em diversos países, inclusive primeiro na Argentina.
     Ao assinar com a Sony, a banda tem sua discografia relançada em material “digipack”. Em 2008 sai  Live at Donington, antes o lançamento do Box Bonfire, homenageando seu antigo vocalista, o DVD triplo Plug Me In também é lançado com muitas raridades. Tudo isso para cobrir o vácuo deixado para o próximo disco Black Ice, lançado em 2008 e com turnê mundial que incluiu novamente o Brasil e países da América do Sul, como Argentina, onde foi lançado o DVD Live at the River Plate, na turne intitulada de Black Ice World Tour. O disco hoje vendeu cerca de 6 milhões de cópias e é considerado o segundo melhor após Back in Black.
     O AC/DC é uma das grandes bandas do hard/heavy, mas por seus músicos, apenas uma banda de rock ´n` roll, assim como o Motorhead. A banda  tem um público fiel e mais ainda, atrai outros públicos para seus shows, devido ao carisma e simplicidade de seu som.