quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Black Sabbath, o reino do metal







   Quando comecei a ouvir rock, em meados de 1979/1980, tinha duas grandes bandas que gostava e acho que a maioria dos roqueiros de minha época eram assim, Queen e Kiss, depois o AC/DC. Mas confesso que, não sei o real motivo, mas tinha um pé atrás com o Sabbath, que hoje é uma das minhas bandas preferidas, este sim eu sei porque, pela competência, ritmo, letras, importância... Então, Black Sabbath, esta é a sua história.
   Era difícil nos anos 60 alguém chamar a atenção com alguma coisa, tudo estava em mudança, guerras, hippies, política, o homem viajando pela primeira vez à lua... O que então, uns caras cabeludos, da cidade industrial de Birmingham poderia fazer? Música, lógico.  Mas não era uma música qualquer, todos já estavam de saco cheio daquele papo de paz, amor, nuvens, sol...
   Criar riffs diferentes do que rolava, colocar letras que falava do mal e botar o som lá no alto pra ninguém conversar e deixar os locais com iluminação de velas... Pronto! Era isso, estava criado um estilo que revolucionaria e servia de base para muitas bandas depois, quer dizer, até mais de 40 anos depois.
  Tony Iommi, Ozzy Osbourne, Terry Gezzer Buttler e Bill Ward. Esses foram OS CARAS! Mas não foi tão fácil assim, Iommi havia perdido a ponta de dois dedos da mão direita, e teve de se adaptar, pois era canhoto, Ozzy vivia com problemas familiares, no emprego, com a policia. Seu pai chegou a dizer que o melhor lugar pra ele seria numa cadeia inglesa. Ward e Buttler eram mais sossegados, mas Buttler tinha “o lado negro” da coisa, tinha uma adoração por magia.
   Com o pouco sugestivo nome de Polka Tulk Blues Band, encurtado apenas para Polka Tulk e mais tarde Earth, resolveram que tinham de chocar e Black Sabbath foi escolhido, o nome vem do filme de Boris Karloff, Black Sabbath – As três máscaras do terror.
   Lógico, chamaram a atenção, e foi com a Vertigo Records que assinaram contrato e lançaram numa sexta-feira, 13 de fevereiro de 1970, seu primeiro disco, gravado em apenas 1 dia. E que dia... Clássicos como o título, N.I.B., The Wizard... De cara escuta-se o som de chuva com trovões e sinos, isso já era assustador para a época, mas o Sabbath queria mais, na capa, escondido no meio da floresta, um moinho sombrio com uma bruxa já diziam para que eles viriam e o sucesso foi tão grande que logo após sairia seu segundo disco Paranoid (1970) e o disco inteiro é de clássicos: War Pigs, Paranoid, Iron Man. As letras eram diferentes, mas aquele impacto do primeiro disco foi reduzido. A música Paranoid é aquela obrigatória em todos os shows e um dos riffs mais famosos da história. A música Iron Man, quase 40 anos após, virou trilha do filme Homem de Ferro.
   1971 e o Sabbath lança Master of Reality, músicas como Sweet Leaf, Children of the Grave. A capa tras apenas o nome da banda e o nome do disco, no Brasil a capa eram com letras coloridas.
   Apesar de Paranoid ser o mais famoso disco do Sabbath, foi com Vol. 4, de 1972 que eles emplacaram de vez, nota-se uma mudança leve no estilo da banda, quem sabe uma influência mais progressiva. Música como Changes, sucesso esmagador da banda, uma balada onde Ozzy toca um instrumento chamado mellotron e o piano (por Gezzer Buttler) que conduz a música. Outros clássicos: Snowblind, Tomorrow’s Dream, Supernault.
   Em 1973 é lançado Sabbath Blood Sabbath e sua aterrorizante capa de um homem agonizando numa cama cheio de demônios ao seu redor (segundo Iommi, o Sabbath nunca foi consultado sobre as capas dos discos, era coisa da gravadora mesmo). Rick Wakemann tocou como membro convidado apenas na música Who Are You,  mas sequer foi algum dia “Spock Wall” como dizia algumas revistas especializadas da época aqui no Brasil.
   O clássico Sabbath Bloody Sabbath teve algo fora das gravações, o envolvimento de todos da banda com drogas e foi com este clima que entraram em estúdio em 1975 para gravarem Sabotage, e se mudaram para a gravadora Warner. Músicas como Hole in the Sky e Sympton of the Universe viraram clássicos, o disco tem uma sonoridade diferente, e tem Supertzar, que lembra cantos gregorianos.
   A partir dai Iommi começa a pender para o Jazz Rock e dois discos são lançados, no meio de uma saída de Ozzy e seu retorno: Technical Ecstasy (1976) e Never Say Die (1978). Mas Ozzy foi oficialmente despedido pelo excesso de álcool e drogas.
   Ronnie James Dio foi chamado para substituir Ozzy e o astral do Sabbath muda. Heaven and Hell, clássico, foi lançado em 1980, o som mais pesado e consistente e mais tarde é lançado, em 1981, Mob Rules, mas nas turnês de Heaven and Hell, outra baixa, com provlemas pessoais e de saúde, Bill Ward abandona a banda e em seu lugar entra Vinny Ápice (irmão de Carmine, famoso baterista que tocou com tudo que é musico que a gente possa imaginar). Nas turnês dos dois discos, é gravado Live Evil, lançado em 1983 e logo após a saída de Dio e Vinny. Dio alega que Iommy e Buttler mexeram nas mixagens deixando o vocal baixo. Realmente a gravação não é boa, ainda mais que Ozzy lança Speak of the Devil, com uma qualidade de gravação invejável.
   No lugar de Dio entra, quem Ian Gillan, quem diria? Um dos pilares do Deep Purple e somando a volta de Bill War, o Sabbath grava o pesadíssimo Born Again, apesar de não ser eleito pela crítica como um grande disco, é de longe no Brasil, um álbum amado. Tem clássicos em cima de clássicos, o disco é algo completamente fora dos padrões do Sabbath, tanto que Gillan perdeu por completo sua voz nas turnês.
   Com a saída em 1984 de Gillan e também de, novamente, Ward, o Sabbath começa uma via cruzes com vocalistas, são muitos: David Donato, Tony Martin, Glenn Hughes. Mas é com Tony Martin que Iommi melhor adapta o som do Sabbath, lançando alguns bons discom como TYR em 1990. Mas Dio retorna e grava Dehumanizer em 1990e excurciona pela primeira vez ao Brasil.
   Mas antes, em 1986 sem Geezer Buttler, Iommi lança Seventh Star, o que seria um disco solo seu, mas por imposição da gravadora, teve o nome Black Sabbath, na capa e contou com um time de feras, com Glenn Hughes e Eric Singer.
   Em 2009 Ozzy vence um processo judicial contra Iommy pela posse do nome Black Sabbath, um dos motivos da criação da banda Heaven And Hell (mais tarde com a volta de Dio e Vinny, mas com a morte de Dio em 2010 tudo voltou ao “nada”).
   Em 2006 o Sabbath entrou para o Hall da fama do Rock ´n´roll e teve um retorno com formação original e o lançamento de um disco ao vivo: reunion, em 1998.
  O Sabbath é considerado a banda que influenciou e criou os riffs de heavy metal e também as letras que falam de magia negra, demônios, black metal. O metal nunca seria o mesmo sem esta que é a principal influência do heavy metal em todo o mundo.
    

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