quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Iron Maiden, um nome a zelar


O nome Iron Maiden vem de um instrumento medieval, o qual se fechava a pessoa numa caixa com estacas pontiagudas.
A primeira vez que ouvi falar do Iron Maiden foi no Shopping Iguatemi, numa loja de discos chamada Hi-Fi, foi o disco The Numbers of the Beast, a capa não tinha como não chamar a atenção. Logo em seguida vi uma resenha do disco Killers no próprio jornal que a loja oferecia a seus clientes e assemelhei na hora e fui atrás do disco, comprei o The Number of the Beast, importado, na época paguei muita grana e a partir daí nunca mais fui o mesmo. O Ano? Fim de 1983.
Mas muito antes disso o baixista e letrista Steve Harris sonhava em ter uma banda e foi ao lado de Dave Murray que sentiu que aquilo poderia ter dado certo, no início não se comentava a respeito dos nomes que tocavam com eles, com exceção do baterista Clive Burr, mas Dennis Stratton estava em outra guitarra e Paul DI´anno era o vocalista. Inspirados na rebeldia punk, principalmente por causa de seu vocalista, que nunca escondeu ser fã deste estilo, o Iron gravou uma demo chamada The Soundhouse Tapes, por volta de 1978, febre do punk na Inglaterra. Isso chamou a atenção da gravadora EMI que os contratou e gravaram seu primeiro álbum, intitulado apenas IRON MAIDEN. Alguns detalhes: o logo da banda sempre os acompanhou, seu desenhista Derek Riggs fez todas as capas da banda e o terceiro: nas capas do vinil, sempre procurávamos onde ele colocava sua assinatura.
O disco lançado em 1980 foi parar na quarta posição do Reino Unido, embalado por um novo som denominado NWOBHM - New Wave of British Heavy Metal (a nova onda do heavy metal britânico) que consistia também de outras quatro bandas: Saxon, Samson (de onde saiu Bruce Dickinson), Angelwitch e Def Leppard. Sucessos como Running Free, Phantom of the Opera, Iron Maiden, Remember Tomorrow, Charlotte the Harlot e uma curiosidade, lançado em compacto, a música Sanctuary não entrou no LP, só foi incluída no relançamento do cd em 1998.
Este disco abriu as portas para o mundo e turnês como a do Japão foram marcadas, o Iron começou a ser febre em vários países e chamou a atenção do produtor Martin Birch, que havia trabalhado com bandas como o Deep Purple e logo em seguida sai o novo disco, na minha opinião um dos mais secos e pesados da banda: Killers, em 1981.
A banda já contava com uma legião de fãs e uma das curiosidades era a logo luminoso que ficava ao fundo, no início essa era a aparição de Eddie, o mascote da banda, soltava sangue pela boca e caia em cima do baterista. Foi após o single de Running Free que Derek Riggs teve a idéia de dar “vida” ao mascote, e todas as vezes que a banda executava a música Iron Maiden, ele aparecia, o tamanho e o estilo mudavam de acordo com o tema das capas.
Este disco não conta mais com o guitarrista Dennis Stratton e marca o início de uma das melhor duplas de guitarristas da história do heavy metal, o novo guitarrista Adrian Smith/Dave Murray. Nova tour pelo Japão e gravam um EP chamado Maiden Japan, com 5 músicas: Running Free, Remember Tomorrow, Wrathchild, Killers, Inoccent Exile. Mais tarde relançado em cd, o set é muito completo. No Japão este mesmo disco foi lançado com apenas quatro músicas.
Com o sucesso e agenda lotada a banda começa Paul DI´anno não consegue se adaptar ao sucesso e inicia uma série de problemas à banda entre elas o uso contínuo de álcool, misturado ao vício de cocaína. Steve Harris não pensa duas vezes e demite o cantor, com a alegação de que Paul era autodestrutivo e não mais tinha aquele carisma inicial que a banda precisava. Para seu lugar é chamado o vocalista da banda Samson, conhecido como Bruce Bruce. Logo de cara Bruce grava The Numbers od the Beast (1982), o maior sucesso da banda. Mas nada foi fácil, pois os fãs não aceitavam a saída de Paul e por diversas vezes Bruce foi vaiado. Mas com o carisma de Bruce e o sucesso do álbum, as coisas se inverteram e o disco passou a ser a maior vendagem da banda. Sucesso como a faixa título, Run to the Hills, Hallowed be thy Name, 22 Acacia Avenue. Deste disco saem dois videoclipes.
1983 um novo disco, novamente sem outro membro, desta vez Clive Burr é demitido, ele insiste em permanecer, mas o chefão quer mudanças, acha que ainda não era o que a banda precisava e da banda Trust vem Nicko McBrian. O disco Piece of Mind é lançado e Bruce Dickison se mostra um grande letrista, seu lado “historiador” se mostra e ele escreve letras como To Tame a Land, Fligh of Icarus. Acompanha-se a outros sucessos como The Trooper, Revelation e o disco passa a ser também um dos grandes da banda, muita gente acha que Piece of Mind é melhor que The Number of the Beast.
O disco chega ao terceiro lugar na parada britânica e fica entre os 100 da Billboard. Mesmo com as maçantes turnês a banda encontra tempo para compor e em 1984 lança aquele que é a marca definitiva da banda: Powerslave. O disco abre com um discurso de Churchill, primeiro ministro inglês na época da segunda guerra e logo em seguida o petardo Aces High, segue com Two Minutes to Midnight e se arrasta excelentes músicas como Powerslave.
A banda mostra que está entrosada e sai em turnê com a Powerslave Tour, tocando inclusive no Brasil em 1985, no primeiro Rock in Rio. Foi um dos mais belos palcos criados, com enredo inspirado em temas egípcios. Com a World Slavery Tour, a banda seleciona shows entre eles no  Long Beach Arena, na Califórnia e no Hammersmith, em Londres e lança o petardo ao vivo Live After Death, disco duplo, com uma bela capa de Eddie saindo de sua sepultura após raios e dentro, uma foto gigante com várias pequenas mostrando o que foi esta turnê. Nota 1000.
A partir daí não precisavam mostrar mais nada a ninguém, mesmo assim foi lançado o show em VHS na época assisti no cine Rock Show.
Mais dois disco são lançados, sempre no mesmo nível, e quando se tratava de Iron Maiden, você poderia ter vários discos que queria comprar, mas ao ser lançado, você passava na frente de todos e foi assim com Somewhere in Time (1986). Este disco teve uma fase, diria “experimental”, com guitarras sintetizadas, a própria capa futurista, mas tem músicas como Wasted Years e Heaven Can Wait.
Seventh Son of a Seventh Son (1988) é conceitual, baseada na história de uma criança que é tem poderes exercidos por uma vidente. Este disco marca a última gravação de Adrian Smith.
Após sete anos a banda entra em estúdio com novo guitarrista, Janick Gers, que havia tocado no Gogmagog, com Paul DI´anno e Clive Burr. Janick também tocou com a banda de hard rock White Spirit. Em outubro de 1990 a banda lança No Prayer for the Dying. Foi um disco do Iron que não fez tanto sucesso e a critica achou fraco em vários aspectos.
Então após 1 ano de turnê, entraram novamente em estúdio para gravar Fear of the Dark, em 1992, deste disco, o ponto mais alto foi a música tema e também Be Quick or Be Dead. Na turnê foi gravado A Real Live One e também uma passagem pelo festival Monster of Rock em Donington.
Mas foi nesta época que as coisas se curvaram, Bruce Dickison resolve que é hora de partir e após show de despedida, transmitido ao vivo para o documentário chamado Raising Hell, também o disco A Real Dead One.
Depois de muitos testes de vocalistas, inclusive o brasileiro André Matos chegou a figurar entre os preferidos de Harris, mas não teve jeito, o inglês Blaze Bayley foi oficializado em 1994 e lançaram The Factor X em 1995 e Virtua XI (1998) depois de vários shows, o que parecia, às vezes improvável, aconteceu, Bruce voltou a ser o vocalista da banda e uma tacada dupla, Adrian Smith resolve voltar, e com decisão unânime, três guitarristas. Toda a parte rítmica da banda foi revista e em 2000 Sai Brave New World. O disco foi gravado em Paris e ganhou uma nova legião de fãs, o disco mostra uma maturidade e se assemelha, como alguns diziam, como metal progressivo. Mas o Maiden sempre foi Heavy Metal. Mas quem sabe isso se deva as extensas músicas.
A turnê se entendeu até janeiro, onde a banda participa novamente do Rock in Rio 3, o show foi lançado em cd e DVD.
Em 2003 é lançado Dance of Death e trabalha em diversos projetos como coletâneas, vídeos, e principalmente o DVD duplo The Early Days de 1976-1983, que contém 3 shows, inclusive com Paul DI´anno e outros dois com Bruce. Como é um DVD duplo, o segundo conta a história da banda. Com imagens inéditas, entrevistas os ex-integrantes, cada um tem a sua versão, mas é rico em detalhes.
Com um novo disco A Matter of Life and Death, de 2006, novamente muitos classificam como um trabalho mais voltado ao metal progressivo, o que eleva as vendas de discos da banda.
No ano seguinte a banda se programa para mais uma daquelas imensas turnês: Somewhere Back in Time World Tour, esta turnê mostra algo incomum, a banda viaja num avião próprio e com Bruce Dickinson de piloto, Bruce tem como hobby a esgrima e os aviões. Precisa adquirir horas de vôo, com isso percorre todo o mundo pilotando o que chamaram de Ed Force One (um boing 747). Em toda turnê os registros foram armazenados para o novo DVD Flight 666, que passou antes nos cinemas de todo o mundo.
O disco seguinte The Final Frontier, de 2010, é lançado e a banda sai novamente em exaustiva turnê.
O Iron Maiden é, sem dúvida, a banda mais amada do planeta e isso deveu-se ao trabalho de seu líder, baixista e compositor Steve Harris. Steve colocou a banda em primeiro lugar e deixou gente no meio do caminho, como Paul DI´anno e Clive Burr. A banda, em sua existência colecionou sucessos e discos de ouro, uma imensa discografia e videografia. A banda goza de um prestígio imenso no Brasil, sendo São Paulo um dos lugares que a banda mais gosta de tocar. Tem também em seu mascote, Eddie, como uma das marcas registradas da banda.

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